O novo presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde, Jorge Spencer Lima, empossado na quarta-feira, 20, na ilha do Sal, exortou o Governo a encarar a questão das moratórias de uma outra forma, já que, segundo disse, nesse regime actual, as empresas estão “simplesmente a adiar os pagamentos” do capital e dos juros.
“Os juros estão a somar, e quando virmos pagar viram capital”, alertou Scapa, desafiando o Governo a encontrar uma forma de perdão dos juros no fim da moratória.
“Vamos pagar o capital, mas nesse aspecto, também, queríamos que o Governo nos ajudasse na questão dos juros, para não morrermos na praia. Depois de passar a tempestade, nadar, chegamos na praia e morremos, porque não vamos conseguir pagar o capital e os juros somados durante todo esse tempo”, analisou, durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais da Câmara do Turismo de Cabo Verde, cuja cerimónia foi presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Reconhecimento do sector privado
Por outro lado, considerando que o empresário é um elemento fundamental do sistema económico do país, e sobretudo um “grande aliado” do Governo na construção de Cabo Verde, e na melhoria das condições de vida, o recém-eleito presidente da Câmara do Turismo disse que o sector privado deve ser “devidamente reconhecido” para que o país possa prosperar.
Honrar trabalho da anterior direção
Jorge Spencer Lima, Scapa, como é também conhecido, disse ainda que espera honrar o trabalho feito pela anterior direcção, comandada por Gualberto do Rosário, durante 13 anos, dando continuidade a “todo esse esforço” na consolidação e conservação da instituição.
Os novos membros dos órgãos sociais foram eleitos no passado dia 09 de Abril, em lista única, representada por Jorge Spencer Lima, eleito unanimemente pelos 364 votos expressos, sem votos contra e nem abstenções.
Os resultados foram recebidos como “um sinal de confiança” em torno desta nova equipa.
No seu discurso, ciente dos obstáculos a nível do sector, Jorge Spencer Lima manifestou vontade, em conjunto com o Governo, para “enfrentar os impedimentos e ultrapassá-los”, elogiando, ao mesmo tempo, o Governo, pelas “coisas boas” que tem feito neste país, particularmente para o sector empresarial, num momento “extremamente difícil” da crise pandémica.
O presidente ora empossado referia-se às medidas de criação de ‘lay-off’ e de moratórias, bem “aceites e aplicadas”, conforme salientou.
C/ Inforpress
A Nação
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