Santa Maria, 16 Jun (Inforpress) – O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, asseverou, hoje, na ilha do Sal, que Cabo Verde mais do que desafios tem aspirações, destacando indicadores que demonstram que o País “é um referencial” de estabilidade, paz e democracia.

Olavo Correia fez essas declarações durante um diálogo de alto nível, num painel sobre “Diversificação da Economia de Cabo Verde e recuperação resiliente & Financiamento da recuperação, em que foi o principal orador, no âmbito da quarta edição do Cabo Verde Investment Forum (CVIF), a decorrer na ilha durante dois dias, na cidade turística de Santa Maria.

“Cabo Verde tem desafios, e mais que desafios Cabo Verde tem aspirações”, renovou, o governante, apontando que o País conta hoje com 77.500 jovens fora do ensino, emprego e formação profissional, 175 mil cabo-verdianos na pobreza, o equivalente a 30 por cento (%) da população, 31 mil desempregados, dos quais 22 mil jovens, ou seja, conforme aclarou, 71% dos desempregados são jovens.

“Este é o desafio com o qual estamos confrontados, para além da crise climática, crise provocada pela covid-19, crise energética provocada pela guerra na Ucrânia, também, crise alimentar, orçamental e financeira (…) mas estamos aqui para juntos vencermos”, exteriorizou.

Segundo o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, para que se possa vencer esses desafios, será preciso uma “visão e estratégia clara”, de uma parceria efectiva com o sector privado.

“E esta visão tem que ser uma visão de futuro, que aposte na diversificação da economia cabo-verdiana”, frisou, destacando alguns pilares essenciais, nomeadamente uma “aposta clara”, nas infra-estruturas, tanto no continente africano como em Cabo Verde, um “casamento” com o sector privado – “separando os riscos que devem ser suportados por cada um” -, entre outros.

“Estamos a trabalhar para diversificar a economia cabo-verdiana, que é um imperativo”, insistiu, sublinhando, que nesse sentido o Governo está a criar a ideia de fazer de Cabo Verde uma zona económica especial.

“Para que possamos ter um contexto de políticas públicas específicas, um ambiente de negócio melhor, jovens qualificados e preparados para poderem garantir a diversificação da economia cabo-verdiana”, realçou o também titular da pasta do Fomento Empresarial e da Economia Digital.

O painel sobre “Diversificação da Economia de Cabo Verde e recuperação resiliente & Financiamento da recuperação, contou também com a participação da representante da União Europeia em Cabo Verde, Embaixadora Carla Grijó, do presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Mateus Magala, do director executivo do Banco Mundial, Alphonse Ibi Kouagou, do conselheiro do secretário-geral da zona do comércio livre continental africana (AFCFTA), Gilberto António, moderado pelo PCA da Cabo Verde TradeInvest, José Almada Dias.

O Cabo Verde Investment Fórum está enquadrado na política de promoção do país é um instrumento privilegiado de promoção de investimentos dentro das estratégias de diversificação da economia e uma forte aposta no sector privado.

O evento, que decorre hoje e sexta-feira, na cidade de Santa Maria, na ilha do Sal, tendo como lema “Cabo Verde aberto ao mundo”, reúne o Governo, o sector privado e instituições financeiras nacionais e internacionais.

Durante os dois dias, participam cerca de duzentos homens de negócio nacionais e estrangeiros, e o fórum será aberto a projectos ligados à economia azul, economia digital, transportes marítimos e aéreos, serviços financeiros, energias renováveis, agronegócio e o turismo.