Negocia

24 março 2022

A primeira prioridade é que devemos ajudar a expandir o acesso à Internet económica e confiável em todo o continente. Vimos durante a pandemia que a ligação digital é uma tábua de salvação, ajudando as pessoas a encontrar informações essenciais e a ligarem-se a serviços cruciais.

Há alguns anos, estive em Lagos para ver os programas de habilidades digitais da Alphabet a funcionar. Havia entusiasmo pelo futuro da tecnologia em África e por todos os empregos e oportunidades que ela poderia trazer. Desde candidatos a empregos a aprender novas competências até empreendedores a criar novas aplicações e negócios promissores, as pessoas que conheci foram profundamente inspiradoras.

Essas pessoas estiveram novamente na minha mente quando me dirigi esta semana aos líderes regionais no Fórum Empresarial anual da União Africana. Embora o continente esteja a enfrentar grandes desafios – da pandemia em curso a uma difícil recuperação económica – também tem muitos motivos para otimismo, liderado pelos seus engenheiros, desenvolvedores e empreendedores. África é cada vez mais um lugar onde a inovação se inicia.

Houve mais fases de investimento para startups de tecnologia africanas no ano passado do que nunca. Agora as pessoas em todos os lugares usam sistemas de pagamento móvel desenvolvidos pela primeira vez no Quénia.

As soluções de energia renovável criadas em África estão a moldar um futuro mais sustentável para todos nós. E, graças à Internet, as empresas africanas podem alcançar mercados em todo o mundo, ao mesmo tempo que fornecem soluções para os desafios mais prementes de África e do mundo.

Isto é pessoalmente importante para mim. Ao crescer na Índia, a minha família teve de esperar que todas as novas tecnologias chegassem até nós, desde a televisão que nos dava uma visão de outras partes do mundo, até ao telefone rotativo que significava que poderíamos obter os resultados dos testes mais rapidamente.

Hoje, a Índia exporta tecnologias para o mundo. África tem a mesma oportunidade. Apesar de ter 18% da população mundial, o continente é atualmente responsável por apenas 0,4% das exportações de alta tecnologia e apenas 2% das exportações de serviços mais abrangentes do mundo, que agora dependem fortemente da tecnologia. Impulsionar essas exportações acelerará o crescimento do continente, tal como aconteceu na Índia.

Felizmente, África está à beira de uma transformação digital. Nos próximos cinco anos, mais 300 milhões de pessoas estarão online em África, muitas delas jovens, empreendedoras e com competência digital. A economia da Internet em África tem potencial para crescer para 180 mil milhões USD – aproximadamente 5,2% do PIB do continente – até 2025.

Ao trabalharem em parceria com os governos, empresas como a Google podem desempenhar um papel importante na aceleração dessa mudança. Em 2020, descrevemos algumas dessas oportunidades no nosso relatório Digital Sprinters e, em 2021, destinámos mais mil milhões USD a África para os próximos cinco anos. Agora, estamos a apelar a outros para fazerem os seus próprios investimentos. Recomendamos que o foco vá para quatro áreas-chave que garantirão que a transformação digital beneficie todos os africanos.

Fevereiro 2022

Expansão/ Sundar Pichai, CEO do Google e do Alphabet

Foto de Luis Quintero no Pexels

Investir na transformação digital de África (Sundar Pichai, CEO do Google e do Alphabet) - AICEP